Sinopse: Luís Bernardo é um jovem empresário lisboeta, no início do século XX.
Dotado de visão estratégica, facilmente se apercebe que as potências
estrangeiras tentam, sob a capa de um "humanismo hipócrita", eliminar a
concorrência dos produtores portugueses de cacau, alegando o uso ilegal
do trabalho escravo e incentivando o boicote à compra do cacau de São
Tomé.
Mas a realidade não é diferente da dos outros países colonizadores.
Luís Bernardo escreve um artigo denunciando a situação e é convidado
pelo próprio Rei D. Carlos a ocupar o lugar de governador das ilhas de
S. Tomé e Príncipe durante três anos, sendo-lhe atribuída a missão de
averiguar se há ou não trabalho escravo na referida colónia e convencer o
cônsul inglês de que o trabalho escravo em Portugal já faz parte do
passado. Aqui se ligam as vertentes históricas e pessoais da obra.
Facilmente se conclui que Luís Bernardo terá que enfrentar alguns dos
mais importantes produtores de cacau portugueses, não sendo certo que,
dada a instabilidade política que existia na época, tenha um apoio total
de Lisboa na execução dessa tarefa. No plano pessoal, esta missão
representa, para Luís Bernardo, o fim de uma vida mundana na capital do
Império e o princípio de um longo exílio numa ilha distante de todas as
partes do mundo. Será aqui que, para ele, o amor se revela. Mas, como em
todas as coisas na vida, também o amor nem sempre é certo.
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